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Império Romano

Antes da fundação de Roma, a Península Itálica – onde hoje está localizado o país conhecido como Itália – era habitada por vários povos: gregos, ao sul (a chamada Magna Grécia); latinos e sabinos, no centro; etruscos, ao meio-norte; e gauleses ao norte.

Roma surgiu no século VII antes de Cristo na região do Lácio, no centro da Península Itálica. De acordo com uma lenda local, ela teria sido fundada pelo gêmeos Rômulo e Remo, filhos do deus Marte e da rainha Rea Sílvia. Eles teriam sido abandonados num cesto e recebido os cuidados de uma loba, que os amamentou até serem adotados por um pastor. O primeiro monarca teria sido Rômulo. Mas…

Segundo os historiadores, o primeiro núcleo do que mais tarde seria a toda-poderosa Roma surgiu da aglutinação de três tribos do Lácio. Elas teriam considerado as margens do rio Tibre, onde existiam sete colinas, o lugar apropriados para se fixarem. Com o tempo, Roma dominaria todo o Lácio, a Etrúria e outras regiões próximas.

A história de Roma é dividida em três períodos: Realeza (até 509 a.C.), República (de 509 a. C. a 27 a. C. e Império 27 a. C. até o esfacelamento do Império Romano do Ocidente).

A sociedade romana era formada basicamente por três classes sociais: os patrícios, os plebeus e os clientes. Os patrícios eram os descendentes dos fundadores da cidade e únicos com direitos políticos; os plebeus representavam a maior parte da sociedade e eram constituídos por artesãos, comerciantes e trabalhadores livres, mas sem direitos políticos; e os clientes eram os plebeus “protegidos” dos patrícios, e incluíam estrangeiros e refugiados pobres. Existiam também os escravos e os libertos.

Roma era governada por três instituições, sendo elas o rei, o Senado e a comitia curiata. O rei possuía poderes religiosos, judiciais e militares (sem esquecer que também podia propor leis). Composto pelos patrícios mais ricos, o Senado possuía poder consultivo e deliberativo. Podia também substituir o rei na sua ausência. A comitia curiata era formada por representantes das cúrias em que se dividia a população romana. Tinha também poderes consultivos.

O período conhecido como Realeza terminou em 509 antes de Cristo, quando o senado deu um golpe e destronou o último rei, Tarquínio, o Soberbo.

A República durou até o ano 27 antes de Cristo. O poder passou a ser exercido basicamente pelas elites romanas, que buscavam sempre se beneficiar. Era exercido pelos cônsules, Assembleia dos Cidadãos (composta basicamente por patrícios, que ajudavam a criar leis), pretores (responsáveis pela justiça), censores (que cuidavam do recenseamento, feito a cada 5 anos), edis (os administradores municipais) e Senado (composto por 100 patrícios escolhidos pelos cônsules). Em época de guerra, os cônsules eram substituídos por um ditador, que exercia o poder com mandato de seis meses.

Em virtude das injustiças sociais e falta de representatividade, ocorreram várias rebeliões plebeias durante o período republicano. Em 489 antes de Cristo, os plebeus chegaram a se retirar da cidade com o objetivo de fundar um novo Estado. Foi através dessas revoltas que eles conquistaram uma série de direitos políticos e sociais, entre os quais o fim da escravidão por dívidas, a criação do Tribunato da Plebe (representantes que defendessem os direitos dos plebeus no Senado) e a igualdade civil (autorização de casamentos entre plebeus e patrícios).

Os romanos começaram a controlar o mar Mediterrâneo a partir do século 3 antes de Cristo, quando conquistaram regiões até então dominadas pelos cartagineses. Cartago era uma cidade-Estado fundada por fenícios no norte da África. Os conflitos entre Roma e Cartago são conhecidos como Guerras Púnicas.

A primeira guerra entre cartagineses e romanos foi pelo controle da ilha da Sicília, com a vitória destes últimos após 23 anos de lutas. Cartago foi obrigado a ceder toda a Sicília e a pagar uma indenização a Roma. O detalhe é que, além da ilha ao sul da península Itálica, os romanos passaram a dominar também a Gália, a Córsega e o mar Adriático.

Mais tarde, os cartagineses tentaram dominar as minas de prata de Sagunto, na Espanha. Em auxílio aos espanhóis, Roma declarou novamente guerra a Cartago. Esse conflito ficou conhecido pela travessia dos Alpes pelo general cartaginês Aníbal Barca, que quase chegou às portas de Roma. Mesmo com o conflito desenvolvendo-se em território europeu, os romanos resolveram cruzar o Mediterrâneo e atacar Cartago. A estratégia deu certo, fazendo Aníbal recuar para proteger a sua cidade-Estado. Com a derrota, os cartagineses foram obrigado a indenizar novamente Roma e não mais formar um exército permanente.

Mesmo arrasada, Cartago tentou se reerguer. Mas, prevendo uma nova ascensão política e econômica da cidade-Estado rival, os romanos declararam novamente guerra. Após três anos de resistência, os cartagineses foram derrotados e a cidade destruída. Boa parte dos sobreviventes foi escravizada. Cartago foi incendiada e suas terras cobertas com sal para que nunca mais produzissem nada. Terminaram assim as Guerras Púnicas.

Roma passou a dominar praticamente todas as terras em volta do mar Mediterrâneo, inclusive algumas antigas colônias cartaginesas. Com a expansão do Império, aumentaram o número de escravos e o afluxo de impostos para a chamada Cidade Eterna. O Senado tornou-se ainda mais rico. Os romanos começaram a chamar o Mediterrâneo de “mare nostrum” (“nosso mar”).

No ano 70 antes de Cristo eclodiu uma revolta comandada pelo soldado-escravo Spartacus. Ela só foi vencida graças à união das tropas de Pompeu e Crasso. Ávido por conquistar o poder, Pompeu uniu-se a Crasso e Júlio César contra o Senado, formando o Primeiro Triumvirato. Ao obter a vitória, eles dividiram a administração do Império. Pompeu ficou com Roma e o Ocidente, Crasso com o Oriente e Júlio César com a Gália.

Com a morte de Crasso, Pompeu tentou dominar todo o Império. Sentindo-se prejudicado, César voltou para a Roma a fim de combatê-lo. Assim que recebeu a notícia de que o rival havia atravessado o Rubicão, Pompeu fugiu para o Egito, onde foi assassinado. César tornava-se assim senhor absoluto de Roma.

Entre as reformas feitas por Júlio César durante o seu curto governo, podemos citar: concessão de cidadania romana aos povos conquistados, divisão de terras entre a plebe, instituição de um novo calendário e supressão do poder do Senado.

Com o objetivo de aumentar o seu poder, Júlio César buscou o apoio da plebe, o que desagradou o Senado. Mas quando se preparava para ser proclamado Imperador, foi vítima de uma emboscada armada pelos senadores e assassinado.

O Segundo Triumvirato surgiu logo após a morte de César. Formado por Otávio, Lépido e Marco Antônio, ele perseguiu os assassinos de César, executando senadores e simpatizantes. Consta que mais de 200 senadores foram mortos, incluindo os assassinos diretos. Com a vitória, a administração foi novamente dividida: Otávio ficou com Roma e o Ocidente, Lépido com a África e Marco Antônio com o Egito e Oriente. Mas…

Marco Antônio e sua amante Cleópatra começaram a conspirar pela deposição de Otávio. Tropas de ambos os lados se enfrentaram em diversas ocasiões. O conflito terminou em 31 antes de Cristo com a vitória de Otávio e suicídio de Marco Antônio e Cleópatra. Pouco depois, Lépido morreria e Otávio, que era sobrinho de Júlio César, tornava-se o primeiro imperador romano.

O período do Império durou quase 500 anos. Começou com o reinado de Otávio Augusto e terminou com a deposição do último imperador e ruína Império Romano do Ocidente. Entre os mais conhecidos imperadores podemos citar Tibério, Calígula, Cláudio, Trajano, Adriano, Marco Aurélio e Constantino. Mas aí é outra história.

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